Ousmane Dembélé: Entre lesões e renascimentos

O francês Ousmane Dembélé não teve um percurso linear até Munique. Durante anos, foi visto como um talento inegável, mas também como um jogador frágil — marcado por lesões constantes e períodos longos de ausência. No Barcelona, nunca conseguiu afirmar-se com consistência. Mas em Paris encontrou algo raro: um contexto que lhe deu espaço para voltar a gostar do jogo.
Em 2025, é titular indiscutível e decisivo. Com dribles imprevisíveis, golos importantes e uma ligação cada vez mais natural com o coletivo, Dembélé tornou-se mais do que um extremo veloz — tornou-se parte da identidade ofensiva do PSG. Para ele, esta final não é apenas sobre levantar um troféu: é sobre mostrar que ainda está a tempo de deixar a sua marca na história do futebol europeu.
Lautaro Martínez: De promessa argentina a capitão silencioso

Quando chegou ao Inter em 2018, Lautaro era uma promessa — um jovem argentino com faro de golo, mas ainda por lapidar. Com o tempo, cresceu. Tornou-se referência, líder técnico, capitão implícito. Hoje, é o homem que carrega o peso do ataque da equipa e a esperança de milhões de "nerazzurri".
Campeão do mundo com a Argentina em 2022, o seu foco voltou-se agora para a Europa. Com 9 golos na presente edição da Liga dos Campeões, é o principal marcador da equipa. Mas mais do que isso, é quem dá o primeiro passo na pressão, o último toque na área, e muitas vezes, o equilíbrio emocional quando o jogo aquece.
Achraf Hakimi: Um ala que carrega um continente

Nascido em Madrid, formado no Real, mas com raízes em Marrocos, Hakimi representa muito mais do que um lateral-direito moderno. Depois de brilhar no Mundial de 2022 com a seleção marroquina, onde foi símbolo de um futebol africano ousado e competitivo, assumiu um novo protagonismo no PSG.
Com 7 golos e 14 assistências esta época, é dos jogadores mais completos da equipa de Luis Enrique. Rápido, técnico, e acima de tudo, corajoso. Nesta final, representa o futebol que acredita no mérito — não importa de onde se vem, mas sim o que se constrói.
Marcus Thuram: O filho que construiu o seu próprio nome

Ser filho de Lilian Thuram — campeão do mundo em 1998 — poderia ter sido uma sombra difícil de ultrapassar. Mas Marcus escolheu um caminho diferente: não quis ser defesa, não quis viver da herança. Preferiu ser avançado, correr riscos e escrever a sua história.
No Inter, encontrou o parceiro ideal em Lautaro. Os dois complementam-se e tornaram-se uma das duplas mais eficazes da Europa. Para Marcus, esta final é uma espécie de confirmação: de que chegou ao topo por mérito próprio — e que o nome "Thuram" no futebol europeu não termina na geração anterior.
Uma final, várias histórias
Para os adeptos em Portugal, acompanhar esta final é também acompanhar o lado mais humano do futebol. Nem sempre o mais visível, mas quase sempre o mais cativante.
Porque antes de serem ídolos, são pessoas. E no sábado, na relva da Allianz Arena, estarão não apenas a disputar um título — mas a encerrar capítulos de vida, ou talvez, a abrir novos.
É por estas histórias que o futebol continua a ser muito mais do que um jogo.